18.10.07

Apesar de hoje-ser-hoje, alguém me faz ter a obrigação de estar feliz.

* mode FELICIDADE on *
P.E.L.A.M.O.R
Tá passando um clip da Maramaravilha na MTV. Céus.
Insisto, a minha crença na civilização é tão grande quanto o meu amor pelos pinguins.

14.10.07

Três Tempos.

Foi, de fato, a primeira vez que aconteceu e então, pensei como se tivesse resolvido uma fórmula - sua mão sempre me parecereu com um pêndulo nas vezes em que suspendera os dedos para tocar em meu rosto - a sombra dos seus dedos acariciaram o contorno dos meus lábios -, talvez, exatamente isso. Ou monotonamente isso (já te falei que quero pra vida toda?), até então era um sinalzinho de canto de boca que acompanhará a curva do seu braço todas as vezes em que você não me faz um carinho. E apenas suspendeu os dedos (do outro lado do mundo, uma moça de olhos languidos andou suspirando por toda a vida com o toque breve de uma sombra nos lábios... sensações); passei a respirar perto de sua mão sem alterar o ritmo de vai-e-vem do meu peito, imperceptível - você precisa de alguns anos para resolver uma equação, uma boa equação, mesmo quando os fatores nunca se alteram - Até aqui, contei sempre com um encanto; perpendicular, e nesse dia que foi tão esperado, aparecereu a equação mais forte, gigante e redonda, no caminho do seu ombro. Sorri. Depois, você sorriu também.

* * *

Então, um dia, ficarei na ponta dos pés - rindo lá de cima da altura que enviezava, de baixo para cima, o olhar. Depois cansarei e deixarei meus tornozelos descansarem por mim, a planta do pé plantar no chão e lhe abraçarei como sempre será a partir de outros tempos. Assim, as testas postas. Os olhos quandos olham para dentro de outros olhos se multiplicarão tantas vezes que poderemos ver o tanto de gostar que conseguimos sentir.

* * *

"Hoje é tão tarde, meu amor, e tenho sono". Você diz e se acomoda entre as dobras das cobertas e o meu corpo - suspiro cada segundo, não consigo deixar de pensar na praia, nos fins de tarde dos domingos, no apartamente com varanda, nas músicas compartilhada, no oriente, enquanto adivinho uma ou duas sombras que desenham elefantes entre a cômoda e o vão da porta, e você sabe que no japão o império durou tantos e tantos anos e eram tão lindos os imperadores japoneses, preciso lhe contar que eram tão lindas as suas honras - até que você murmura, grudando seus lábios nos meus - e em algum lugar do meu sonho que ainda não começou, você ri - dorme e no japão já amanheceu - já é tão tarde, que sonho com um amor de mundo inteiro, ou só vejo o reflexo de um safari na áfrica refletido no espelho? as vozes monocórdias dos caçadores, e é tudo tão morno aqui embaixo quando viro para você que se deixa pertencer aos dedos que invadem as pontas dos tecidos; para outro lado do mundo que vamos, sonho como giro, despenca em penhasco, o tigre sai de savanas, tribo ao norte, calor no rosto, sua pele, sua saliva no meu pescoço, ainda é hoje. Tão tarde.

10.10.07

"De uma hora para doze"

Final de tarde é sempre esse susto: a hora inegável, o púrpura que mancha a ponta dos dedos quando tentamos apontar o horizonte. Um espanto pelo dia que escorrega Terra abaixo (mãe, o dia tá indo prô Japão, grita uma menina na janela) - o dia que foi pouco, escorrega rubro, quase envergonhado. Infinito do crepúsculo é o espanto pelo dia que deixou de ser, porém aconchega no acento agudo do "ú" a noite que ainda não chegou.
Depois, vem primeira estrela como uma roda, um círculo, um moinho. A primeira estrela: como uma roda, um círculo, um moinho. A pá que bate na água que espalha que verte que derrama que molha que brinda que refresca todas as outras estrelas. Sucessivas.
Uma após outra, as outras estrelas sempre virão.
A noite.
O véu é a noite. O véu.
A noite, que ficará pálida e derreterá, quando o dia, lá no japão, cansado de ser, escorregará morno (e uma japonezinha puxará o quimono da mãe e apontará o sei-lá no fim do céu),
o dia rubro da vergonha por não se aguentar no outra lado da Terra.
Como um recomeço, começo.
Estrelinhas explodem milhares de anos atrás e por milhares-mil anos na frente serão as luzes que veremos brilhar. O medir do tempo é olhar a tardezinha que acolhe cada sorriso, que brinda um brilho reflexo no outro brilho de olhar.

Observação: estes escritos contém desvios benéficos de interesse. Só.

4.10.07

E no Diário Oficial do GDF...

Governador do Distrito Federal "demite o gerúndio".
Mais: aqui.
Pois bem, a minha crença na civilização é tão grande quanto o meu amor pelos pinguins. Isso significa muito, acreditem.

3.10.07

para Tháy
que adora as coisas que escrevo
livre de boa poética



Ah, a primavera. Ah, as flores. Ahhhh, a renite alérgica e a Natyara coçando como uma taradinha o nariz.
Do nada, dispara essa coceira maldita. E nada é pior que aquela sensação de micro pulgas pulando desvairadas nas narinas. Coça-se. Sei lá qual a relação, e se tem a relação, mas nesses dias a minha sensibilidade à luz se torna insuportável, pior que sempre. Ôba, banca-se a doida de óculos escuros em todos os lugares.
Cenário: dia nublado, calor. A primavera e os pólens. As flores, todas. A luz é assombrosa mesmo com muitas nuvens. A coceira vem e vem. Ônibus intermunicipal. Senhora muito distinta ao lado. A coceira vem e vem. Continua, claro, não vou tirar os óculos. E a coceira continua vindo. Céus! Duas fungadas e banheiro. Porque coçar o nariz em público no meio do brasilienses seria demais.
Kleenex, Sorines e afins depois, voltei pro meu lugar e recebi um olhar de "essa juventude drogada não tem mais solução".
Eu mereço.
E a culpa?
Da primavera. Dos pólens. Do calor. Dessa tropicália toda. Da luz.
Eu não presto pra flor, sempre disse.

2.10.07


Ortodentitas sentem fome.
E agora eu possuo um sorriso metálico.