*coisas que estou para postar desde o mês passado*
Esse será todo o hermetismo que usarei para os últimos dias. Declinarei da poesia, quem sabe um desasossego - e porque não é assim, quase em transe que vivem esses estrangeirizados nas ruas das cidades que insistem pertencer?
Mudei-me, de mala e sem cuia, sexta-que-passou para o lado sul, cidadezinha ali do lado, segunda maior do entorno que cerca o Palácio principal. Adjetivar cidades é calo na língua, todos deveriam pensar, mas comece o assunto "crescimento" com qualquer um da terra e não precisa nem contar até vinte, dez e meio, o cara está soltando: Taguatinga não é interior, já é a segunda maior cidade do DF. Sorrio, apenas. Não por ironia, mas por achar graça no orgulho de ser quase tão importante quanto a Capital. Percebam então, eu, estrangeirizando em movimento inverso: indo permear ladeiras em uma cidade que sonha em ser província.
Daí, porque sou pobre e estudante, nenhuma verba para alugar apezinho próprio. Aluga-se, então, dormitório com direito a uso do banheiro+cozinha+demais+dependências+vezemquando. Luta-se, amiguinhos, pela pertinência de um convívio sereno com os eleitos para estarem assim, compartilhando o status "quarto-casa" - embora muitos desconheçam tal conceito e prefiram a confusão da mixórdia humana.
Mas eu não iria usar de hermetismo, então assim, clarinho-que-nem-água-de-poço (em algum lugar preciso resgatar o sotaque baiano, já que na fala ele anda confuso entre os "tipo assim" e os "nossa!"), lá estou eu, a quatro metros de uma construção, em um quarto onde não bate sol, esparramando expectativas entre as cobertas que sim, levei de Juazeiro. Um lugar que tento ver como um canto e por isso decoro com um ursinho batizado Minduim e livros-de-toda-vida. Metros quadrados fincado no meio de zona estranha, onde papeis, bichinho de pelúcia, imagens sacras e outras côsas que não sei nomear, disputam espaço. Um perfume constante de incenso de mirra, e segura a minha renite se fores capaz. Socialista eu, nem pensar, então trato de manter a boa educação, mas assim, eu até empresto a minha canetinha colorida, mas será que dava prá alguém colaborar lavando meu lençol listrado?
A Sra. Minha Prima, que escolheu (sozinha) o tal lugar, é bacana. Um mundo que não entra nenhum tipo de comida decente, não tendo a considerar muito mundo, sei lá, proteína animal meio que é status quo; mas, mesmo assim, a cousa vai indo.
A outra, a vizinha, sei não. Mui intrigueira, para o meu gosto de poucos amigos. não costumo confiar em gente que inventa subterfúgios para o mais direto dos quereres, logo, a distância segura - um corredor de via pública para ser mais exacta - deve ser observada.
De resto, lunes, próxima, começam as aulas de Español e vaisesaber.
Ontem assisti uma defesa de dissertação e deus-me-livre. Um misto de alívio com estranhamento. Assunto para mais além.
Domingo, iniciou meu martírio. Eu estava em outro mundo, então, gracias para todos que fizeram valer presença em ligações, e-mail's e singelos scraps no Orkut, adoro todos. E desculpas mil pela falta de atenção, particularidades e afagos nos cabelos aos que vieram pessoalmente me desejar boa sorte na morada nova. Nervosa, amigos. Eu e minha tacinha de água mineral, éramos as únicas matérias sólidas no lugar. De resto, plasma. Era tudo pacotes e mais pacotes de mudança.
Mas foi bom, encontrei coisas que há tempos procurava, e meu par de marias-chiquinhas que usava pra prender meu cabelo outrora. Trilha sonora combinadinho, muita coisa no mp3... Bjork e Bethânia (sim, eu adoro as duas) e daí só se consegue um tanto ser feliz.
Mas tá, que já falei demais.