31.12.07

O último


Até.

O penúltimo

Resoluções para 2008

Esse ano não farei modelinho nenhum.
Quem quiser algum modelinho desses que se tem por aí que pegue o molde, o caneta e uma tesoura e desenho o seu.
Tava relendo alguns posts, vendo alguns hermetismos (não se iluda, você nunca os entendeu de verdade), e vi um post sobre um presente ambíguo que me havia sido enviado por deus, ou esse que chamamos de deus: a possibilidade de amor.
E de fato, era bem ambíguo.
Se quem enviou foi deus, ou aquele outro que vezenquando nos passa a perna e, erroneamente, chamamos de deus, nunca vou descobrir.
Este post é para dizer que passado as descobertas das injúrias, das mentiras e das falsas declarações de "eu-te-amo-e-vamos-construir-uma-vida-juntas", apenas encontrei enquanto andava pelas ruas e virava uma esquina qualquer, olhando a vitrine logo à frente, encontrei não uma possibilidade, mas sim, encontrei no reflexo no espelho do outro lado da rua, um amor.
E ele é meio estranho. Eu quero dizer, ele é um amor, porém não é muito fácil. Por isso ainda não conseguimos estabelecer uma relação. Mas acho que terá futuro. E por enquanto estamos na fase de nos conhecermos para ver no que dá.
O nome dele é Próprio.

29.12.07

29 de dezembro

Bandeira

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)

E daí que o Zeca escreveu isto e só por isto ele tornou-se Baleiro.

Feliz Idade Nova... sim, feliz idade nova!

21.12.07

This it's the way that I live and Love ♫

Encerrando mais um ano.... eu volto aqui pra postar algo sobre 29 de dezembro!
Em 29 de dezembro há sempre um recomeço. Recomecemos então. Vem aí TLW Season 5!
As felicitações de sempre às festividades natalinas. Como já disse, eu venho pra contar sobre minha idade nova. Aos que sempre vêm aqui (leio todos os e-mail's): obrigada! Aos que vêm e nada comentam, obrigada também. Entre um bocejo e outro, espero que ninguém me leia mal. E desculpem os hermetismos, há muito eles eram somente meus.
Até 29 de dezembro. E em 2008...

"...Talking, laughing, loving, reathing, fighting, fucking, crying, drinking, riding, winning, losing, cheating, kissing, thinking, dreaming... This it's the way that I live and Love ♫"

16.12.07

Sobre tomates...

Hoje pela manhã estive respondendo os questionamentos de uma amiga sobre as pessoas más. Esse tipinho que, de uma maneira ou outra, acaba chegando na gente, esse tipinho de gente que de uma maneira ou outra acaba se juntando, se reunindo, se aliando. Tais como os tomates, entende?
As pessoas más do universo são como os tomates passados. Tomates que começam a amolecer e na pele aparece uma manchinha de mofo que logo contamina o tomate que está do lado, que também começa a amolecer e a ficar mofado e que logo vai contaminar o outro tomate, do outro lado, e tudo isso sucessivamente até que a cesta inteira de tomates passados não são mais tomates, muito menos tomates estragados, a cesta repleta de ex-tomates-estragados é só uma massa pesada, crua e inútil de mofo.
Agora, preste atenção: são tomates! Passados ou presentes ou futuros, são tão somente tomates.
E tomate é apenas fruta, mas não é laranja. Tomate, antes de virar um tomate estragado e que vai contaminar o outro tomate que também contaminará mais outro tomate até que todos virem cesta de mofo, essa fruta chamada tomate pode até virar suco, mas para ficar bom precisa temperar, precisa adicionar manjericão, precisa adicionar vodka, precisa de tanta outras coisas que não são tomates que amolecem, passam e viram cesta de mofo. E desculpe a repetição, mas algumas coisas precisam ser repetidas e depois ditas novamente, e quem sabe até escritas outra vez. Assim como a pele fina de um tomate estragado que passa para outra pele fina a bactéria que lhe enruga e lhe amarga.
Mas voltando às frutas, voltando para essas coisas que viram suco quando se espreme ou quando se liquidifica, voltando para laranjas, mais precisamente, repare também que... basta que as laranjas sejam cortadas, basta que você sinta a lâmina da faca abrindo calorosamente a casca que é dura e firme, que a lâmina da faca desprenda gota a gota o sumo, o mesmo sumo que escorrega farto pelos seus dedos, que dá de beber à sua pele, enquanto o caldo aguarda para ser suco, para ser doce, para satisfazer e ser delícia, simplesmente pelo que ela, laranja, é.
Nesse mundo de tomates que tentam, desesperadamente, não se estragar, eu sou uma laranja.

12.12.07

The Word is out

We hinted last week about a big special treat that was in the works for you guys, and it's time to spill the secret - we'll be bringing you the season premiere of The L Word here on OurChart a full week before you can watch it anywhere else. Right here on December 30, you'll be the the first to feast your eyes on episode 501. We know this kind of throws off your countdown, so we'll help prepare you with more sneak peeks and cast interviews right up until the moment we go live that day, followed by a whole new season of insider L Word content. Deal?

(retirado de: http://www.ourchart.com)


7.12.07

Hoje.

Eram em dias como esse que costumávamos dizer nada, apenas sorríamos um acordar tranquilo, entrelaçávamos frases, enquanto descansávamos o corpo do descanso do sono, um pedindo o outro, lábio desejando lábios - e eram dias como o de hoje que todas essas coisas aconteciam, e mesmo sabendo cada uma das palavras que seriam ditas, ainda de mim se aproximava o breve cheiro das coisas novas.
E foi sem dizer um antes ou depois, que certa vez revelastes, entre bocejos e esfregar de olhos, que me amava.
Eu releio cada letra desta frase.

Fechei os olhos e por um instante te ouvi dizer algo. Amo você, foi isso que dissestes. E sem que eu tivesse tempo de dizer que era a melhor coisa que eu poderia ter ouvido hoje, tinha sido um sonho. Com certa timidez, soltando teu peso - o peso exato que eu desejaria suportar -, sobre o meu corpo, murmurastes no meu ouvido.
E tu, mantendo a expectativa das coisas, com o teu jeito quase infantil de perceber grandes descobertar, marcando as revelações com arregalar de olhos, derramavas em mim verde espanto. Me amavas e era um amor verdadeiro. Simples. Calmo. O melhor amor do mundo... com o incerto futuro de passar um sempre às cenas de mais cedo.
Seguiu-se um silêncio, onde talvez fosse a minha reação o teu aguardo, e perguntei no sonho, na revelação de que eu era apenas o teu amor, das pernas a nuca... tu ainda me amavas.
Então parou. Eram dias como o dia que está sendo, os dias que ficávamos horas a enumerar quantidades inigualáveis de sentir-bem. E foi em uma manhã muito próxima à todas as outras manhãs que me contarás em murmúrio, revelavas, entre os meus fios de cabelo que ainda dormiam esparramados no travesseiro, que comigo havias sonhado.
E não sei, mas talvez porque são os dias de agora tão diferentes daqueles, que a tua resposta perdi entre os lençois ásperos, neste dia trivialmente diferentes daqueles outros, na espera paciente, incerta, na procura de novos campos, como se eu estivesse perdida no tempo.
Então eu acordei e percebi que há exatos dois meses, me fases a mulher mais realizada do mundo.

E só por ser, a felicidade bastaria?

Choro quando escuto Caetano, começo a achar que essa fisgadinha nas costas nunca mais me deixará e olha só, hoje até alongamento eu fiz. Maldito dia de acordar prá lá de Maria Bethânea. Marisa Monte total, deve ser tpm, sentir-se mulherzinha até a última unha [não feita] do pé. A última unha do pé. E qual é a primeira? Cansada dessas frases prontas e de todo esse clichê de acorda-que-já está-na-hora, pois sim, se não estivesse não estarias alí com cara de bocó dando mexidinhas no ombro e ah, como eu odeio [o-de-i-oo, para ser de fato "mulézinha"] que me acordem, quanto mais com mexidinhas e balancinhos.

Não, não. Não á mal humor. É urgência, baby. A falta de continuidade da cena anda me irritando, apaga esse cirgarro, alguém atende a porta que eu, balanço a cadeira, uma... duas... três vezes. Deixo a pena muito cheia, um borrão vai espalhando na folha branca. Branca que nem todas as metáforas que alguém já sonhou para dizer que algo é de fato muito branco e que eu não repetirei, afinal, já disse: cansei. Ou nem, cansei também é fiasco, clichê brega e pobre. Quando as pessoas dizem que estão cansadas de tentar e de trabalhar e de querer ser melhor e de serem passadas para trás (pessoas adoram sentir-se cansadas porque são passadas (e se alguém te passa não seria porque descuidastes do passo?) para trás) ou ignoradas ou qualquer porra dessas que desgoste do jeito que tudo poderia parecer. Quando as pessoas dizem que aí está o cansaço, ou o cansâncio dizia a minha vó [não sei de onde], para o bem do mundo [outro clichê], poderiam vestir-se do mais absoluto, infindável, necrosado, abjeto, véu do silêncio [já que hoje estou piegas, vamos lá].

Então. Eu choro quando escuto Caetano e talvez o parágrafo acima seja apenas fruto da minha tensão-pré-menstrual, logo, bobagem, nada me pertence de fato. Provado está que mulheres podem perder completamente o controle, a razão, o tino, o eixo, a linha vertical que, como se, a proximidade do período liberasse qualquer senso de gravidade [inclusive física, afinal, não existe silicone que possa competir com esta semana do mês], qualquer força de gravidade, principalmente, aquela invisível que fica logo depois do tronco, espalha-se pelo córtex cerebral e algumas pessoas chamam de ridículo. Isso, assim mesmo. Faça biquinho no agudo e lá se vai.

6.12.07

Mudei-me

*coisas que estou para postar desde o mês passado*

Esse será todo o hermetismo que usarei para os últimos dias. Declinarei da poesia, quem sabe um desasossego - e porque não é assim, quase em transe que vivem esses estrangeirizados nas ruas das cidades que insistem pertencer?

Mudei-me, de mala e sem cuia, sexta-que-passou para o lado sul, cidadezinha ali do lado, segunda maior do entorno que cerca o Palácio principal. Adjetivar cidades é calo na língua, todos deveriam pensar, mas comece o assunto "crescimento" com qualquer um da terra e não precisa nem contar até vinte, dez e meio, o cara está soltando: Taguatinga não é interior, já é a segunda maior cidade do DF. Sorrio, apenas. Não por ironia, mas por achar graça no orgulho de ser quase tão importante quanto a Capital. Percebam então, eu, estrangeirizando em movimento inverso: indo permear ladeiras em uma cidade que sonha em ser província.

Daí, porque sou pobre e estudante, nenhuma verba para alugar apezinho próprio. Aluga-se, então, dormitório com direito a uso do banheiro+cozinha+demais+dependências+vezemquando. Luta-se, amiguinhos, pela pertinência de um convívio sereno com os eleitos para estarem assim, compartilhando o status "quarto-casa" - embora muitos desconheçam tal conceito e prefiram a confusão da mixórdia humana.

Mas eu não iria usar de hermetismo, então assim, clarinho-que-nem-água-de-poço (em algum lugar preciso resgatar o sotaque baiano, já que na fala ele anda confuso entre os "tipo assim" e os "nossa!"), lá estou eu, a quatro metros de uma construção, em um quarto onde não bate sol, esparramando expectativas entre as cobertas que sim, levei de Juazeiro. Um lugar que tento ver como um canto e por isso decoro com um ursinho batizado Minduim e livros-de-toda-vida. Metros quadrados fincado no meio de zona estranha, onde papeis, bichinho de pelúcia, imagens sacras e outras côsas que não sei nomear, disputam espaço. Um perfume constante de incenso de mirra, e segura a minha renite se fores capaz. Socialista eu, nem pensar, então trato de manter a boa educação, mas assim, eu até empresto a minha canetinha colorida, mas será que dava prá alguém colaborar lavando meu lençol listrado?

A Sra. Minha Prima, que escolheu (sozinha) o tal lugar, é bacana. Um mundo que não entra nenhum tipo de comida decente, não tendo a considerar muito mundo, sei lá, proteína animal meio que é status quo; mas, mesmo assim, a cousa vai indo.
A outra, a vizinha, sei não. Mui intrigueira, para o meu gosto de poucos amigos. não costumo confiar em gente que inventa subterfúgios para o mais direto dos quereres, logo, a distância segura - um corredor de via pública para ser mais exacta - deve ser observada.

De resto, lunes, próxima, começam as aulas de Español e vaisesaber.
Ontem assisti uma defesa de dissertação e deus-me-livre. Um misto de alívio com estranhamento. Assunto para mais além.

Domingo, iniciou meu martírio. Eu estava em outro mundo, então, gracias para todos que fizeram valer presença em ligações, e-mail's e singelos scraps no Orkut, adoro todos. E desculpas mil pela falta de atenção, particularidades e afagos nos cabelos aos que vieram pessoalmente me desejar boa sorte na morada nova. Nervosa, amigos. Eu e minha tacinha de água mineral, éramos as únicas matérias sólidas no lugar. De resto, plasma. Era tudo pacotes e mais pacotes de mudança.
Mas foi bom, encontrei coisas que há tempos procurava, e meu par de marias-chiquinhas que usava pra prender meu cabelo outrora. Trilha sonora combinadinho, muita coisa no mp3... Bjork e Bethânia (sim, eu adoro as duas) e daí só se consegue um tanto ser feliz.

Mas tá, que já falei demais.