Depois, quando passa, é como deixar o mar. A pele com sal por uma boca que lhe cospe, língua a lamber seios, braços e cintura, laço de fita a lambuzar os cotovelos.
*
Depois, quando passa, é como deixar o mar em manhã de vento. A areia fina a pegar pelas pernas, grude de areia nos pés e debaixo das unhas, grãos como um beijo aspero a roubar a seda dos lábios.
Depois, quando passa, é como deixar o mar em manhã de vento. A areia fina a pegar pelas pernas, grude de areia nos pés e debaixo das unhas, grãos como um beijo aspero a roubar a seda dos lábios.
*
Depois, quando passa, é como deixar o mar em manhã de vento e sem sol. Os dedos frios do ar a tocar as costelas, a nuca arranhada por uma unha quase roída, o vento a beliscar as coxas como picada de inseto em noite sem luz.
Depois, quando passa, é como deixar o mar em manhã de vento e sem sol. Os dedos frios do ar a tocar as costelas, a nuca arranhada por uma unha quase roída, o vento a beliscar as coxas como picada de inseto em noite sem luz.
*
Depois, quando passa, é como sair deixar o mar em manhã de vento e sem sol sacudindo o mergulho que se finda, como finda sempre o verão.
Depois, quando passa, é como sair deixar o mar em manhã de vento e sem sol sacudindo o mergulho que se finda, como finda sempre o verão.
*
Depois, quando passa, fica o nojo de limpar o sal com a toalha úmida, de rasgar a pele com a areia imunda, de bater o queixo por causa do frio.
Depois, quando passa, fica o nojo de limpar o sal com a toalha úmida, de rasgar a pele com a areia imunda, de bater o queixo por causa do frio.
*
Depois, quando passa, são todas essas as sensações e aí no outro dia acordamos e tá aquele sol lindo e o vento deu um tempo e o mar está morno e é hora de praticar malemolência e aproveitar os bons dias de praia.
*
*
Tá. Mas quando é que passa?!?



Legenda



