Remeti esse e-mail faz bastante tempo. E me pareceu de bom tom publicá-lo. Divirtam-se.
Para: renancalheiros@senado.gov.br
Assunto: Obrigada.
Ex.mº Sen. Renan Calheiros,
Escrevo-lhe porque gostaria de lhe agradecer, além de confessar que tenho a mais profunda admiração pelo senhor. O senhor é um homem bastante letrado, muito provavelmente um conhecedor dos clássicos, um homem que, presumo, mais de uma vez deve ter lido as tragédias gregas. Falo disso, porque sou apreciadora da literatura clássica e das grandes obras que determinam o cerne da cultura e da literatura ocidental.
Mas, afinal, que intenção tenho eu em manifestar admiração desta maneira? E por que lhe agradeço? Acontece, senhor senador, que sou aspirante escritora. E o senhor sabe, escritores vivem de gerar personagens, dar cor, vida e memória a esses seres que habitam nossa imaginação. Contudo, têm dias em que as mentes, por mais criativas, minguam. E nessas horas, precisamos nos alimentar. O senhor é um alimento para alma de um escritor, ainda que aspirante, senador. Uma lenda viva. Basta navegar por alguns minutos pela internet, ler algumas linhas do jornal, ver duas ou três vezes as notícias da TV Senado, ou seja, assistir alguns poucos dias de sua rica existência para beber aos montes as nuances mais profundas que fazem verossímeis as grandes figuras.
Nem mesmo Eurípes poderia imaginar que em algum dia seria dado por deus tal modelo, senador. A junção, em apenas um homem, de tanto poder de persuasão, ousadia e desfaçatez. Nem nos maiores sonhos, Aristóteles poderia prever tamanho caráter, dotado de tantas faces, todas elas tão reais - que como em uma daqueles lares de espelho, não sabemos se a verdadeira é a da esquerda ou a da direita.
O senhor, senador, é Venturoso, é Fausto, é amigo do Rei. A grande tragédia, senador, é que o senhor, como toda a boa literatura, não passa de uma gorda farsa.
Natyara Amorim.