19.7.09

Vive das histórias de personagens de histórias que têm por aí e de personagens que ela mesma inventa. Assim, pode viver as emoções que lhe convierem. Pode realizar sonhos sempre, exatamente como idealiza. Mas as histórias duram pouco, às vezes nem terminam. Alguns personagens são esquecidos, outros se repetem constantemente.
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Passa pelos caminhos cega da realidade, sem perceber nada que está ao redor. Segue em seu destino real/concreto embalada pela imaginação sem se dar conta de onde está e para onde vai. Mas sempre chega ao destino por condicionamento e nada mais, porque todos os seus pensamentos estão ocupados em criar histórias e personagens.

17.7.09

Pessoas são uma coisa fantástica!
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Somos tão mutantes que apenas num pequeno espaço de tempo nossas percepções a respeito de algo ou alguém simplesmente podem amanhecer diferente. Isso depende do nosso estado naquele momento, do nosso objetivo ou apenasmente da nossa urgência emocional? Carência, vontade, cisma, independência. Tanta coisa pode influenciar em cada coisa que percebemos no momento exato e que carregamos conosco até que a vida (ou o momento) nos mostre que podemos perceber aquilo de outra forma.
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A coisa toda pode ter cor, ser bonita, ser esperançosa, ser leve. E numa vírgula, num olhar que se cruza... boooom! Uma sutileza, um brilho que você se pergunta "onde.eu.estava.que.não.vi.isso.antes.meu.deus.?"
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Eu não tenho as respostas, e talvez se tivesse me assustaria com sua simplicidade. Mas sei que hoje, essa leveza, esse meio-sorriso, é resultado de uma nova percepção adquirida, num momento completamente despretensioso, onde só queria resolver meu tédio atual, me preocupando apenas com meu umbigo. E daí, seja pela emocional urgência, seja pelo momento, seja apenas pelo olhar diferente sobre alguém que se apresentava ali, aconteceu.
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Mas a principal coisa que tirei desde que te conheci foi que: VALE A PENA SEMPRE! Vale sempre a pena amar, acreditar no amor, acreditar nas pessoas, acreditar em nós mesmos. Vale, vale muito a pena sermos donos de nossa própria história, errando muitas vezes, acertando em outras, mas sendo infinitamente delicioso escolher, ficar apreensivo e não conhecer nosso futuro. Surpreendermo-nos!


Não lembro se cheguei a dizer, mas eu adorava a sua letra.

15.7.09

Da série: Coisas que ouço por aí...

"Puxa, como a gente é ignorante! Como têm livros!"
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Comentário: mas por que tu continuas sendo ignorante se o mundo proporciona tantos livros?

Tem sido assim...

Amanheceu, são 07h00 da madrugada. Natyara corta a frente, puxa a menina pela mão:
Natyara: Rápido que tô atrasada!
menina: Atrasada prá que?
Natyara: Não sei, mas tô atrasada!

9.7.09

Quatro semanas, o recesso me trouxe tempo para ler coisas boas. Muitas coisas, mesmo. A quantidade de informação é absurda, talvez eu demore alguns meses para processar tudo. Talvez eu nem precise processar tudo, afinal, acredito que para essas coisas que serve: riscar o fósforo na caixa.
Uma das informações mais encatadora foi essa:
"How many brain scientists have been able to study the brain from the
inside
out? I've gotten as much out of this experience of losing my left
mind as I have
in my entire academic career."
Jill Bolte Taylor
Em uma manhã, uma veia explodiu no cérebro de Jill Bolte Taylor. No primeiro momento, um estranho paradoxo: quando se deu conta que estava tendo um AVC, sua mente de cientista viu a possibilidade incrível de uma neurocientista assistir um fenômeno desses “de dentro para fora”. Porém, sem poder fazer nada que pudesse parar a hemorragia, Jill assistia as funções cerebrais sendo uma a uma chutadas para longe: movimento, fala, memória, auto-consciência.
Duas semanas depois, um coágulo do tamanho de uma bola de golf foi retirado do seu hemisfério esquerdo. O lado responsável por manter organizado o nosso “softaware” e de calibrar e manter em perfeito funcionamento o nosso “hardware”. Da inacreditável força e motivação para se manter viva, seguiram-se oito anos de recuperação até que pudesse retomar totalmente seu pensamento, sua fala e locomoção.
O mais surpreendente, é que Jill encontrou "a força" justamente no grande e expansivo mosaico de imagens e sensações do hemisfério direito. Ou seja, Jill, impossibilitada de ligar na tomada sua máquina naquilo que costumeiramente chamamos de “razão"ou "lógica”, plugou-se em uma monstruosa energia que, como ela mesmo relata, nos une como seres humanos.Esse “choque energético” fez com que essa mulher pudesse telefonar e pedir socorro, depois de ter perdido completamente os códigos que lhe possibilitassem ler, identificar qualquer número (ou saber o significado de um número), falar e caminhar.
Peço que você esqueça pré-conceitos, não leve as coisas para o lado ideológico, filosófico, religioso ou qualquer blábláblá. Ganhe 20 minutos do dia e assista o depoimento de Jill Bolte Taylor. Isso é ciência, e por ser ciência poderia ser somente óbvio, mas também por ser ciência, é belíssimo.Apenas se disponha à experiência dessa neuroanatomista, pesquisadora do Harvard Brain Bank e absurdamente generosa ao compartilhar a experiência de quão maravilhosa é a nossa mente.

Cabeleleiras sentem fome.


Blond and Short again.
Curiosidade: alguém sabe me dizer que nome se dá ao profissional que coloca piercing?


2.7.09

Ao blog o que é do blog.

Não adianta querer escapar, todo blog acaba tendo este ou aquele teor umbiguista. Ou desde muito cedo, o autor delimita de uma maneira muito clara o assunto e leva isso a sério, ou em algum post da vida caíra em tentação e contará sobre uma mediocridade qualquer da - própria - vida.
O fator diário não é de todo ruim. Eu estaria dando um gigantuário tiro no pé caso me metesse a falar mal dos diariozinhos digitais! O problema é contar a vida da gente, como se realmente alguém se importasse com isso. Existe muita diferença entre um "relatório da vida" e usar do que acontece na vida, para ser cronista da mesma (ainda bem que tem gente que sabe fazer, cria um narrador no blog e faz da ego-trip um exercício de escrita).
O fato é que depois de uma série de posts escrevendo "sentimentações", ou tentando fazer com que as bobagens que me acontecem tenham alguma relevância para as quatro (ou cinco?) pessoas que lêem esse blog, bateu uma secular preguiça de inventar uma historinha qualquer para contar uma coisa simples e egocêntrica: trocarei de computador.
Sim, esse post já está sendo escrito do notebook (quase meu), porque além de trocar de computador resolvi aderir ao conforto de escrever deitada na minha cama, totalmente conectada ao mundo, ouvindo minhas musiquinhas e sendo fútil, porém, high tech.
O problema é que tanto orgulho deve ser pecado.
Pior, a punição divina é, nesse caso, aquela do velho testamento. Assim como a onisciência, implacável. Afinal, deus, em todas as suas "ências" previu e puniu antes mesmo que eu pensasse em me exibir.
Mas de que porra ela está falando, vocês estarão pensando (se é que chegaram até aqui, porque esses posts do tipo diário são bem chatos, né?).
Bem, nessas de trocar de computador, também terei que fazer o frete dos arquivos. Quero dizer, trazer os documentos que estavam lá na charretinha para o Porsche, aqui. Fiz o frete usando pen drive, que dizem ser veículo indicado para essas mudanças. Não deu muito certo. Sei lá em que parte do caminho os documentos se perderam, ou em que esquina caíram da caçamba: o resultado é que as caixas com tudo que escrevi até hoje, impresso, publicado ou não, entraram para o limbo absoluto dos arquivos perdidos na virtualidade. Tudo mesmo. Toda produção de ficção. Toda produção acadêmica (e antes que me perguntem, não, eu não tinha backup).
Agora sou uma sem-texto.
Mas, é preciso me confortar com isso, com processador intel core2 duo, 2gb de memória, 200GH HDD, 15" widescreen crystalbrite lcd, virtual surroundsound para começar tudo outra vez.