Ainda hoje há homens que podem tudo em relação a nós, mulheres, e sempre haverá. Calma. Antes que feministas ou machonas tentem me atirar do penhasco, explico. Não estou falando de namorados, maridos, ficantes ou amantes, tão pouco de filhos e pais, pelamor... Nenhum desses se encaixa na classe que pretendo definir, simplesmente porque são homens por quem temos apreço.
O médico. Se vou ao consultório e ele me pede para tirar a roupa, nem hesito. Confesso até que vezenquando isso acontece por iniciativa minha: "quer que tire a blusa?". A não ser, é claro, que seja um oftalmologista ou algo assim. Aí hesito uns poucos segundos. Agora, pensem... Que merda é essa? De uma hora pra outra o cara pede pra te ver ali, nua e crua, celulites e estrias à mostra, depois de menos de cinco minutos de conversa. Ele não sabe dos seus traumas, do seu gosto musical, onde te dá cócegas, e já sai querendo te ver por inteiro. E você, que nem costuma atender pedidos assim logo de primeira, imediatamente tira tudo. E quer ainda que ele examine bem devagar pra ficar satisfeita. "E aí, doutor, encontrou alguma coisa? Apalpou direitinho, tem certeza que é só um gânglio? E essa mancha na curvinha, é normal?" Quantos detalhes, gente! Nem pra amante de anos a gente revela tanto. Eu confesso, sempre fico meio incomodada. Seria bom se os médicos levassem um tempo maior conversando com a gente antes de partir pra ação. Um vinhozinho, uma papo sobre livros, uma musiquinha ambiente... Da próxima vez que for ao médico, vou levar um CD da Marisa e um Periquita ao ponto (o vinho, gente maldosa, o vinho...).