14.12.09

Comunicado:

Estes bocejos entrarão de férias.
A dona dos bocejos vai ver o mar e molhar os pezinhos na areia.
Mas a dona dos bocejos promete postar algo ainda sobre o ano vindouro, e antes, sobre 29 de dezembro.
A dona dos bocejos vai tomar sol (com protetor solar fator 50,) e vai romper ano com o hiato mais festejado de todos os tempos.
A dona dos bocejos pretende fazer uma tatoo de aniversário também, e será uma nota musical. E antes que se pergunte, será um fá.
Claro.

Olá!

Go to hell.
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Ir para a puta que te pariu também serve.
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Bitch.
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*perdoem os que nada tem a ver com isso.

Quando eu me lembro de você...

1) tenho nojo de mim.
2) lembro das suas mãos que sempre me incomodaram. Feias.
3) vejo a sua boca, um tanto desproporcional, diga-se de passagem.
4) me ocorre sua pele desagradável. E este item é a causa do item 1.
5) relembro a tua vontade de parecer cafajeste e pegadora.
6) me questiono sobre essa necessidade de andar se mostrando feliz. Insegurança, talvez.
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Então, nada como ser bem filha da puta e te mandar pra puta que pariu.
Com gosto e vontade.
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Siga em frente. Tomastes um chute e outros virão.
Mas me retire da sua cabeça oca.
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Boa tarde.
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*aos amigos: nunca se deixem levar pela carência. Recolher lixo é trabalho pra gari.

Hiatos criativos.

A paisagem muda.
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Ou o olhar.
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Mas alguma coisa muda.
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Descobri recentemente o verdadeiro sentido do meu (sobre)nome: amor in.
Amor prá dentro, entende?
Assim: Amor in.
Nunca Amor off.
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Vontades grandes de roubar rosas. Amarelas.
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Rosas amarelas aos que me sentem, aos que me alcançam, aos que me brigam (sempre para o melhor)... aos que me notam as flores que eu carrego e os amores que respiro.
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DJ: um mambo, por favor!
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Você já leu o significado do verbete "saudade" no dicionário hoje?
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E, pra encerrar, embora eu queira que a Martha Medeiros se foda (ahh, gente, ela nem escreve tão bem assim, vai!): "Meus olhos arregalados não piscam pra qualquer um nem fecham pra qualquer medo".
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(um suspiro)
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12.12.09

Dezembros (parte II)

Eis que o mês que Deus escolheu pra mim chegou.
Nele se espera, com os pés suspensos, por um único dia.
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Recados internos:
Amor, amor, amor...
E eu te amo hoje mais que nunca.
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Depois continuo...

Dezembros.

Eu já tava parando com as culpas quando me dei conta de que ainda preciso escrever. Escrever sei lá para o que e nem para quem, nunca fiz isso com muito objetivo. Fato é que a necessidade ainda reina, como algo fisiológico mesmo, embora eu tenha intencionalmente me mantido distante por vários e longos dias. A tentativa era a de não ceder de novo, “torne-se dono de sua própria mente”. Mas, chega de filosofia budista, psicanálise, danem-se Freud, Kant, Jung, vão todos pra puta que os pariu. Vai, um pouco de poesia de quinta ainda dá: formigamento nas mãos, parecem ter vida própria as danadas, finjo que são anjos, dou-lhes asas. Já estou arrependida, esta última parte nem cuspida foi, vomitei mesmo. E como o botão do foda-se parece emperrado de vez, vamos teclar até impertinências. Vai vendo, nem sei se sei que merda é essa aqui, mas eu devo fazer muito disso, vivo fazendo e causando coisas que nem imagino o que são. Devia ter um dicionário que mostrasse antes a definição e depois o verbete, assim eu saberia dos nomes dos efeitos procurando pela causa deles. Mas por que falei de impertinências mesmo? Ah, vai ver que ando me sentindo assim, meio imprópria para o mundo. Sem propósito, sabe como é? Quando eu tive um, nem me lembro mais. E vai dando certa preguiça de viver... Porque até para viver é necessário estar disposto. Numa hora dessas ainda me vem Drummond, merda, com a largura da minha condição, “Nascer para não viver/só para ocupar/estrito espaço numerado/ao sol e chuva...”. Caraaaaaaaleo! Tô me segurando pra não abrir guarda de vez. Não chorar, eu prometi. Ando muito pouca pra tanta raiva fervendo, cachoeiras de irritação. A vagabunda se encostou inteira na barra de ferro, horário de pico, “vê se se toca, isso aí foi feito pra segurar, não pra encostar. No espaço do teu corpo cabem dez mãos, se não mais”. A irritação é resposta imediata, previsível: eu tô triste. Triste. Como diria o Bandeira, “mas triste de não ter jeito”. Porque eu não sei esperar. Tô esperando sei lá o quê, talvez um acontecimento como o da vida de Louis Lane: um super-herói fudido fazendo a Terra voltar no tempo pra que ela vivesse de novo depois de sucumbir ao chão aberto sob seus pés.E eu tô cansada de fingir sorrisos. Antes até me divertia fingindo que estava me divertindo. Continuo de boca aberta, garganta exposta, sozinha no ninho, esperando que alguém venha e me alimente de uma comida que não sei mais onde encontrar. Minha cama anda tão pequena, mal posso me mexer, ando grande pra tão pouco. Então vem me buscar, eu chamo alguém como a um pai, vem pai, a festa já perdeu a graça. A graça que nunca teve. E eu não amo não, eu odeio tudo isso, eu odeio tanto e antes não odiava porque eu não sabia que existia uma saída. Existe? E cadê a porra da escada de emergência? Gastei tanto dinheiro, disse e ouvi tanta coisa, desisti de tanta coisa, consegui tanta coisa e o que sempre sobra é a pergunta: "E agora o quê?". Não importa quantos mundos minhas mãos agarrem, estou sempre à procura de uma mudança que nunca vem. Que não me venham falar em futuro, cansei também de viver pensando no que vem pela frente. Meu futuro já chegou e quer saber? Veio amargo, escuro e revoltado como o tal do Lúcifer, dependurado de cabeça pra baixo. E eu tô cansada dessa sensação: acordar e não ser colorido, é tudo a mesma bosta, sempre a mesma bosta. Cansei de acordar cedo, ver que o dia rende, chegar à noite cansada e insatisfeita. Cansei de acordar tarde, meio dia desperdiçado e a outra metade mais desperdiçada ainda. Que alguém me leve, porque os meus olhos já estão molhados, fervendo. Eu ando tão triste e sem saber mais como disfarçar.