29.5.10

Do que está por vir

Senhorita Gê,

Haverá coisas para você aqui. Será uma quarta-feira. E no calendário marcará dois (eu disse d-o-i-s, rs) de junho de dois mil e dez .

Até.
Apague a luz, querida. A conta veio alta.
Nos cotidianos me inspiro a cuspir palavras, vomitar desabafos, encurtar a vida.
Se fazemos da vida um problema maior, meus textos saem como poesia, historinhas pra fazer dormir qualquer individuo seco e impotente.
Fumando daquele cigarro mais barato, gritando e descabelando por um problema banal.
Minhas palavras mudam e mudam e dizem a mesma merda de sempre.
Não vou escrever sobre política, sobre amor, sobre a juventude que ficou perdida na memória, sobre músicas, sobre a maldição, sobre absolutamente nada.
Mas escrevo, deixo as palavras cansativas fluirem da maneira mais chata.
Paro, reflito e canso.
Provavelmente dormi.
Provavelmente isso apenas morreu em mim.
Me levanto e vou.
Eu sempre vôo.

24.5.10

Tola foi você...

(de: Angela Rô Rô)
- Garçon, um Martini duplo! DJ, um mambo, por favor!

Tola foi você ao me abandonar
Desprezando tanto amor que eu tinha a dar
Agora veja bem, o mal é vai e vem
Só esperar
E se eu mudei devo à você
Todo desamor que a vida me ensinou
Coração aberto, felicidade perto
Sou toda amor
Agradeço tanto, agradeço por você
Não ser do jeito que eu sou
Agradeço tanto, agradeço por você
Não ter me dado o seu amor

20.5.10

A arte de contar histórias

Se eu te pergunto quando se inicia uma história, parece fácil responder. Mas toda história é continuidade de uma história prévia. O que nos faz pensar que todos os acontecimentos do mundo, mesmo os mais insignificantes como a nossa vidazinha torpe, estão ligados por um (vezenquando nem tão) invisível liame. Contar uma história é ato de escolhas. Escolhe-se um tempo, um lugar, uma forma entre tantos milhões.
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Daí entram os recursos narrativos, que fazem uma história mais ou menos interessante. Por exemplo, a grande ideia (sem acento) do Tarantino ao contar de forma não linear o seu filme Pulp Fiction. Ele se utiliza na verdade de um recurso narrativo que já estava presente nos gregos (os caras que escreveram TUDO), Homero, sendo mais exata: o tal do IN MEDIA RES. “No meio dos acontecimentos”, numa tradução consagrada. Começa-se a narrar a ação depois que esta já foi iniciada, guardando na manga o recurso do flashback, depois de já ter instigado o leitor/espectador a conhecer o resto da história.
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O uso mais conhecido da técnica foi em Os lusíadas, de Camões, considerada a primeira epopéia moderna, lá do século XVI. A história das navegações de Vasco da Gama começa a ser narrada quando este já está em alto mar: “Já no largo Oceano navegavam,/ as inquietas ondas apartando;”.
E somente depois, ele narra os acontecimentos que antecederam a partida.
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(continua...)

Pequenas descobertas - parte III

Se a religião é o ópio do povo, o futebol é o baseado.

Ai, que delícia!

Confesso, minha tevê já virou vaso de samambaia roxa, mas Aquilo que dá no coração me proporciona verdadeiros orgasmos auditivos...

11.5.10

Sapatos para quem entende de sapatos

Depois do ensaio sexual, digo, sensual, com Juliana Paes e Cléo Pires, a Arezzo resolveu apostar em quem de fato entende do riscado. Mesmo sabendo que uma das meninas não usa sapatos durante os shows, a Arezzo acredita que ela deva usar em algum lugar... e mesmo que não use nunca, a Arezzo sabe e sabe mesmo que ela entende de sapatos.
É, estou falando da Zé, digo, Maria Gadu, a estrela pop mpbilística de 2009. A que tirou Ana Carolina da trilha sonora da novela das oito como seu "shimbalaiê nãnã nim nãnã ná...".
Além de calçar sapatos, o rapaz, digo, a moça, aparece de vestidinho... É gente!!! isso mesmo. A Maria Gadu que dia desses deu uma entrevista falando que usa cuecas se rendeu ao mundo feminino. Afinal de contas, pagando bem, que mal tem?
Além da Gadu a Roberta Sá, a Mariana Aydar e a Ana Cañas também figuram (e de forma maestrosa) o novo catálago da Arezzo.
Eu achei lindo, confesso, e acho que a cada dia que se passa a Arezzo inova e dá um tapa na cara da sociedade. Primeiro colocou a Juliana e a Cléo em poses homo e agora coloca a Gadu de mulherzinha.
É bem por aí. Você pode até vestir rótulos, mas tem que calçar AREZZO.
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"Linda como um neném. Que sexo tem? Que sexo tem? Namora sempre com gay .... Só vai na boa e se dar bem..."

10.5.10

Dez respostas que se pode ter...

...com músicas de Lenine:

1) É homem ou mulher? Todas elas juntas num so ser
2) Descreva-se: Sentimental
3) O que as pessoas acham de você? A balada do cachorro doido
4) Como você descreveria o seu último relacionamento? A medida da paixao
5) Descreva o estado atual da sua relação com seu amor ou pretendente? Na pressão
6) Onde gostaria de estar agora? Último por do sol
7) O que pensa a respeito do amor? Do it
8) Como é a sua vida? Candeeiro encantado
9) O que pediria, se pudesse ter só um desejo? Paciência
10) Escreva uma frase sábia Eu sou meu guia

Você...

Despiu meus pesadelos, recobriu meus medos e me completou.

Plural

Às minhas queridas mães: Anita e Cleide Amorim.


Era uma vez, uma barriga... Uma barriga que crescia, chutava e se deliciava com a vida que vinha e que estava por vir.
Era uma vez um sorriso, um choro, uma vida em sangue puro e quente de duas vidas que jamais se desligariam.
Era uma vez passos, medos, sorrisos e vozes. Vozes de consciência, de aprendizado, do certo e errado e do que ainda está por vir... Grandes desejos, imaginações de duas almas que talvez ainda não se comunicavam por palavras, mas já tinham elos parar todo o sempre.
Era uma vez o primeiro machucado, as risadas, o medo de cair e a vontade de se levantar, as decisões de uma que seria a vida e o orgulho da outra, para sempre uma, para sempre final sem fim.
Era uma vez a confiança, o medo de perder, o conhecimento, a saudade, a vida nos olhos delas que, no fim, era uma querendo ser a outra... por preocupação ou admiração, mas só um gosto, uma colherada, mais um outro abraço e sorrisos que as lágrimas sempre irão enaltecer.
Era uma vez a rebeldia, as mudanças, as discórdias, um mar de rosas onde a cria queria sempre ajudar a mãe, que ela pudesse interpretar o papel que não era seu, mas que havia aprendido com a melhor professora.
Era uma vez a volta, a perda e a superação... Um misto de cores e não cores, mas que sempre seriam a mesma estrada à diante, com tijolos às vezes gastos e podres... outras vezes, com tijolos de ouro que, por se passar, encher de vida os olhos e o coração.
Era uma vez a cumplicidade, a coragem de uma que ensina, a vida que morre por não se tentar e a que nasce no abraço quente que o amor dá.
Era uma vez uma Deusa, uma Fada, a mitologia bela e clara da vida real, de traços soltos e leves, desenhados nela e na vida dela, nobremente escritos ou descritos pela cria que a venera, para sempre.
Eu nasci de duas barrigas, juro.



Veneno.

Me esmagou forte a saudade, na hora de despedir.
Lembrei da noite anterior, do seu beijo, do seu carinho, do seu toque e do seu amor que entra em mim como uma explosão...
Senti falta do seu cheiro, ainda sentindo-o.
Quis te beijar pra sempre pra não perder o seu gosto, quis te levar comigo pra longe, pra qualquer lugar. Quis que você colasse em mim.

Agora a lembrança me faz viajar, me faz perder o senso, o norte, a razão. Fico parada no tempo que você estava comigo, estagnada.
Amor meu, minha vida, meu sonho.
Se cada palavra que eu disesse tivesse uma cor, seria a sua.

Já não bastam as palavras, a falta é intensa.
A saudade abre a minha porta com violência e grita o seu nome enquanto eu perco os sentidos, tentando sentir você.

Quero voltar no tempo,
no tempo em que o tempo não passava ao seu lado
Estou esgotada. E muitos diriam que estou esgotada por pouco, que isso não é de se preocupar.
A verdade é que dentro de mim, nessa fragilidade protegida por uma casca aparentemente forte, eu sofro.
Sofro por que ser natyara vezenquando parece pejorativo. Ser natyara é um espanto e a minha felicidade parece desrespeitosa, porque ela tem dado o direito a todos de me desrespeitarem.
"Você incomoda, tem gente reclamando.".
Eu incomodo. E eles?
O mais revoltante é narrar o fato e escutar "É normal.", "Tem gente que é assim mesmo.", "Vá se acostumando!". Okay. Eu estou cansada e esgotada de saber tudo isso... E eles? E esses outros, que são tão estranhos pra mim quanto eu sou pra eles? Eles pararam pra pensar que é normal, que tem gente que é assim mesmo e que eles tem que se acostumar? Não.
É muito fácil agir pela conveniência própria. E como diz a personagem da Terça Insana, Betina Botox, alguém já parou pra pensar o que ME incomoda? Não.
Sabe porque? Porque natyara é coisa de outro mundo, que muita gente só vê na TV, que ainda não é real. É um personagem, como Betina Botox. Sou assim porque represento um papel. Sou revoltada, sem causa e com amor, com boa criação, tenho vida, não sou como eles: acéfalos.
Sim, é assim que eles muitas vezes me vêem.
Não posso amar, não posso sorrir, não posso abraçar o meu par.
E eu, eu me esgotei.
Cansei de parecer o lixo que não sou.

5.5.10

Palavras somem durante a madrugada fria de Recife enquanto entrelaçamos sexualmente nossos corpos. Ponto final.