23.10.10

Para ti...

(para ser lido ao som de É o que me interessa - Lenine)

O Sr. Caio Fernando Abreu perdoará. Afinal, de quando em quando acontecem...
...Elas, as Pequenas Epifanias.
(Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida")

Ele disse que há alguns meses, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus - enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal - não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada.
Então que aqui, nesse dia, eu digo que, sem que eu me desse conta, porque essas coisas acontecem sem que a gente se dê a menor conta, um anjo, ou Deus - vai ver que sensibilizados pela proximidade da época com o Natal - e não dizem que todos ficam assim, um pouco dados a realizar os mais íntimos desejos nessa época - enviou-me o mais delicado presente: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, porque queremos tanto não é mesmo, que nem mesmo poderíamos nos culpar, de amor. E nós - que de uma hora para outra chegamos perto o suficiente para saber das coisas que ninguém mais sabe -, nós sabemos a que me refiro.
Não adiantava mais eu me assustar e, depois do susto, angustiar entre ir ou não ir, querer ou não querer - inevitavelmente, já estava paralizada, sentadinha e boba no interior disso que faz o dia parecer mais dia e que faz a noite parecer mais doce: a terna possibilidade do amor. Porque estar dentro é bom. Não entenda mal - dá um certo conforto saber que no fundo não entenderás mal -, pois sei que apesar de não ter acontecido nenhuma dessas intimidades que as pessoas certamente vão se dispor a imaginar, e que julgam necessárias para que isso aconteça, é quase como um anteceder das coisas boas. Mesmo que até então, não tenha acontecido quase nada, uma brincadeira, um suspiro mais sincero, um beijo roubado e "quase nada".
Os fragmentos daquilo que, continuamos sendo tão descuidados, chamo de "minha vida". Os fragmentos daí, que chegam até aqui, dessa tua que é a "outra vida". Que um dia foram cruzadas, por puro descuido, por puro mistério, sem nenhuma pretensão, muito pelo contrário, entre a certeza - essa certeza tão burra que costumamos achar que possuímos, nós que da nossa vida só somos despossuidores - daqueles que não imaginam que surpresas estão nos esperando no próximo passo. Então, te digo que o que tenho feito é redescobrir uma magia - ela andava tão gasta e apagada que perdera até o nome -, sem nenhum susto. Porque é como se fizesse um certo sentido esses pedacinhos desconexos. Os mesmos que de uma hora para outra começaram a se juntar e como uma possibilidade desejam formar entre todos o mosaico mais bonito.

Formspring

Natyara, por que tu não abre uma conta no Formspring pra ti?
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Não, gente, querem sme perguntar coisas? Manda um e-mail, me liga, coisas assim...
Vou logo dizendo, mãe Natyara responde mas, infelizmente, não traz a pessoa amada em 07 dias.

Gente, que coisa!

Eu vou ser muito sincera agora.
Sabe, desde muito pequena eu tinha certeza absoluta que eu ia me dar bem na vida porque 99% das pessoas no mundo são burras. Sério. Eu lembro quando eu tinha uns quatros anos e fui comprar dindin (ou sacolé, ou piqui-niqui, sei lá como você chama) com uma prima da mesma idade que a minha, eu com meu dinheiro e ela com o dela. Na hora que ela tirou o dinheiro e me mostrou eu disse: esse dinheiro não funciona. Quatro anos e eu já sabia que o dinheiro que ela estava na mão já havia saído de circulação (oi, anos 90?).

claro que eu não sabia exatamente isso, mas eu sabia que aquilo não funcionava mais. Ela duvidou. E não conseguiu o dindin. Só lembro dela me dizendo, meu papai me deu esse dinheiro, ele funciona. E eu, no auge dos meus 4 anos chupando meu dindin, disse: seu pai acha que você é burra.

Natyara Amorim. Decepcionando pessoas desde 1990.

Daí que essa minha prima entrou chorando na casa da minha vó dizendo que eu tinha chamado ela de burra,veio todo mundo querendo saber por que, e eu me explicando, o dinheiro não funciooona. Sabe por que eu lembro exatamente desse episódio? Porque acho que foi aí que cresceu essa minha intolerância com gente burra. Brigaram foi comigo, quem foi chamada atenção fui eu, e ainda tive que dar meu dindin para ela como indenização. MINHA MÃE FICOU CONTRA MIM.

Quatro anos de idade sendo punida por ser mais inteligente. Depois nego pergunta de onde sai tanto rancor.

E por que eu tou falando isso?

Porque indagorinha mesmo quase que minha rua fica toda em chamas, mas QUASE, o caminhão de bombeiros ainda está lá e tudo culpa da vizinha.

Mesma vizinha que meses atrás chamou a minha mãe para dizer que eu era muito mal educada. Minha mãe me perguntou o porquê e eu respondi: porque ela é burra (não só burra, como inoperante e mal educada) mas minha mãe, obviamente, me chamou atenção. Coitada dela, minha filha, não é assim. Faltou dar meu dindin para ela.

É coitada, mãe, não é burra, viu o carro na garagem por meia hora pegando fogo e se limitou a dizer: achei que sairia água pelo teto e apagaria. Não pensei que tinha que chamar o bombeiro.


NÃO PENSEI QUE TINHA QUE CHAMAR O BOMBEIRO.

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O DINHEIRO FUNCIONA, MEU PAPAI QUE ME DEU.
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você é burra.

Bilhete

(para ser fixado num imã de geladeira)


Minha alma está nua a espera de teus beijos!

16.10.10

Serra e Veja em: REPUGNANTE!

Depois ninguém sabe porque os assinantes da VEJA despencaram de quase 1 milhão para pouco mais de 100...

fonte: http://tudo-em-cima.blogspot.com/

Nova capa da Veja é destruída 1 minuto após divulgação!

Que a revista Veja não passa de um panfleto da extrema direita tupiniquim, atualmente a serviço da campanha de José Serra, ninguém tem mais dúvida. Por isso não vou chover no molhado. Com o advento da internet e o surgimento da blogosfera progressista, as mentiras, os factóides e a hipocrisia de Veja passaram a ser desmascaradas em questão de dias, depois horas e agora... minutos!

A galera do twitter estava de olho esperando o que o pasquim dos Civita ia aprontar contra Dilma e... bingo: aborto! O objetivo é claro, mostrar que Dilma é "do mal", a favor de "matar criancinhas", além de mentirosa e incoerente.



Mas é mais um tiro no pé. Bastou Veja divulgar a capa "bombástica" que alguém pesquisou e achou outra capa da mesma revista, de setembro de 1997, que trazia uma matéria séria sobre o tema, amplamente favorável à liberação do aborto, com confissões abertas inclusive feitas por celebridades! Confira:



"NÓS FIZEMOS ABORTO"


Mulheres de três gerações enfrentam a lei, o medo
e o preconceito e revelam suas experiências


- Andréa Barros, Angélica Santa Cruz e Neuza Sanches

ELAS RESOLVERAM FALAR. Quebrando o muro de silêncio que sempre cercou o aborto, oito dezenas de mulheres procuradas por VEJA decidiram contar como aconteceu, quando, por quê. Falaram atrizes, cantoras, intelectuais mas também operárias, domésticas, donas de casa. Falaram de angústia, de culpa, de dor e de solidão. Também falaram de clínicas mal equipadas, de médicos sem escrúpulos, de enfermeiras sem preparo, de maridos e namorados ausentes. A apresentadora Hebe Camargo contou que, quando era uma jovem de 18 anos, ficou grávida do primeiro namorado e foi parar nas mãos de uma curiosa que fez a cirurgia sem anestesia nem cuidado. A atriz Aracy Balabanian, a Cassandra do Sai de Baixo, ficou grávida quando estava chegando aos 40 anos e dando fim a um longo relacionamento. Resolveu fazer o aborto, convencida de que a criança não teria um bom pai nem ela seria capaz de criá-la sozinha. Metalúrgica da Força Sindical, a mineira Nair Goulart, 45 anos, fez dois abortos nos anos 70 por motivos econômicos. Ela e o marido, também operário, ganhavam pouco, viviam num quarto de despejo e não teriam meios de educar nenhum filho.

Quando o Congresso brasileiro debate a regulamentação de uma legislação que autoriza a realização de aborto apenas em caso de estupro e de risco de vida para a mãe como está previsto no Código Penal desde 1940 , a disposição das mulheres que falaram a VEJA não é apenas oportuna, mas também corajosa. Embora o 1º Tribunal do Júri de São Paulo, o maior do país, já tenha completado mais de uma década sem condenar nenhuma mulher em função do aborto, a legislação estabelece para esses casos penas que vão de um a três anos de prisão. E a maioria delas não fez aborto pelos motivos previstos em lei, mas porque, cada uma em seu momento, cada uma com sua história pessoal, considerou as circunstâncias e concluiu que interromper a gravidez era uma saída menos dolorosa do que ter um filho que não poderia criar. (a reportagem continua neste link).



Ah, outra coisa importante: a blogosfera também desencavou uma reportagem da revista TRIP de nº 41, na qual Soninha Francine declarou que já tinha feito aborto e que era favorável à descriminalização. (link aqui).



Detalhe: Soninha, ex-esquerdista e atual neocon renascida, é uma das coordenadoras de campanha de José Serra (PSDB). Ela é cotada para ser Ministra de Serra, se ele vencesse, e atua na campanha sobretudo na internet. E é pela internet, através de emails em massa, que partidários de Serra espalham a campanha de ódio e difamação contra Dilma.

Se não me engano, a denúncia foi feita pelo blog Os Amigos do Presidente Lula, que fez questão de comentar: "Nós não somos como eles, e não vamos apedrejar Soninha. O próprio cristianismo ensina que, quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra. Vamos só denunciar essa hipocrisia, essa má-fé, o falso testemunho, e esse uso do nome do Senhor em vão, com fins eleitoreiros, pelos partidários de José Serra."

E agora, José Serra? Será que sua esposinha vai sair por aí gritando aos quatro ventos que a Hebe Camargo e Soninha gostam de "matar criancinhas"? Quem viver, verá...


6.10.10

Sobre o meu amor...

Eu sempre achei que amor tinha que me fazer perder o tino, me dar taquicardia, me fazer suar frio, a ter palpitações.. Que tinha que ser recheado dessas pequenas inseguranças, será que a pessoa me ama? Será que estou bem assim? O que será que ela está pensando? Que tinha que ter um toque de emoções arriscadas, uma briguinha aqui outra ali. Amor pra mim tinha que vir de forma avassaladora, tinha que me virar de pernas pro ar, me destruir por dentro, precisava mudar meu rumo, meu prumo. O meu amor, o amor que eu estava acostumada tinha que me fazer ficar acordada pelo menos uma vez por semana aos prantos com medo de perder... Era quase uma batalha pessoal, tinha que matar um leão por dia, só assim me sentia plena... Eu amei sim, muito, disso não tenho dúvidas, mas desse meu jeito louco, de que amor tinha que ser arrebatador.
Perguntaram-me se eu amo a ti... Fiquei sem saber o que responder, porque definitivamente não sinto nada parecido com o que descrevi a cima, muito pelo contrário, o que sinto é uma paz imensa, a plena certeza de que tudo está bem e acabará bem. Sinto sua falta quando não estou contigo, muita falta, mas não sinto insegurança alguma (uma pequenininha só), tenho a certeza de que sou amada, tenho a certeza da sua presença. Sinto-me bem, leve, como se as coisas estivessem todas nos seus lugares ou então sendo encaminhadas... Uma calmaria de sentimentos, não confundam com falta de sentimentos, os tenho, tenho tesão (que fique claro, tesão como nunca tive, luxúria mesmo) tenho ciúme, tenho alegria, tenho nervosismo, mas de uma forma que talvez não saiba expressar, de uma forma serena, que me transmite paz, confiança, acho que talvez essa seja palavra, tenho muita confiança nesses sentimentos. Sinto vontade de dividir e não de competir. Por muitas vezes as palavras se tornam desnecessárias, sem que se tenha aquele silêncio incômodo... São sentimentos conhecidos, de forma nova, repaginados, algo completamente diferente do que eu já senti... Não sei dizer qual o tamanho, não há um tamanho, é algo que me completa, me faz bem e me traz paz...Como você me disse outro dia, você deve ter vindo mesmo pra me ensinar qual é a justa medida do amor.

Uma fraude

Fico horrorizada com os e-mails de leitores do blog que recebo. Onde dizem que minha vida é cheia de coisas maravilhosas, que minhas experiências são enriquecedoras, que vivi muito mais que muitos deles. Eu fico pasma!! Eu fico me perguntando “será que todo mundo que me lê precisa de óculos?”, ou “será que passo uma imagem diferente de minha realidade?”. Gente acordem, minha vida é um tédio completo! Vocês não agüentariam uma semana dessa minha vidinha medíocre sem morrer de tédio... Eu tenho certeza disso.

As pessoas me escrevem dizendo que invejam esse meu jeito bem resolvido, essa minha certeza em fazer as coisas, essa minha garra de ir à luta... Céus, estão falando de mim? Porque, sinceramente, a única certeza que eu tenho é que eu não sei de nada! Minha vida é um ponto de interrogação! Eu não sou bem resolvida, sou a pessoa mais insegura que conheço, sou a pessoa mais carente que conheço, sou a pessoa mais instável que eu conheço. Garra? Que garra, por mim eu me enfiava em baixo da cama e deixava que todo mundo resolvesse meus problemas, me escondia embaixo do edredrom e esperava a tempestade da minha vida passar. Mas eu posso? Eu não posso não. Porque não tenho ninguém que resolva meus problemas, simplesmente por isso. E isso não tem nada a ver com garra, com força, é necessidade pura. Apenas isso.

Acham maravilhoso eu ter deixado uma relação quase estável pra assumir com uma pessoa que conhecia há uma semana. Acordem! Isso é porra louquice! Glamurizam algo que não teve glamour algum, foi coisa de adolescente louca. E talvez se pudesse voltar atrás não faria isso, talvez se tivesse escolhido aquela vida segura, aquele sentimento tranqüilo, eu não fosse hoje tão inquieta. Talvez hoje fosse mais feliz.

Sim, eu tentei me matar. E acham isso muito interessante, muito profundo, muito complexo. Perfeito para um estudo psicológico. Desculpem decepcioná-los não tive nenhum trauma na infância que pudesse justificar essa atitude. Não tive nenhuma crise existencial das mais sérias e complexas que explique o que fiz. Banal! Essa seria a palavra certa. O motivo é banal, idiotice pura. Nada daquele glamour, sem bilhetes de despedidas, sem cenas grandiosas. Apenas a sandice da mente humana, que se apega a coisas que não merecem, que tenta mais ser notada do que ceifar a própria vida. Banalidades.

Ah, mas você morou sozinha, enfrentou a família, teve uma vida louca de gastar sem sepreocupar com o depois e hoje tá aí, saiu de tudo isso. Sim!! Fiz tudo isso! Palmas para a minha imbecilidade! Porque enquanto vocês estavam decidindo que roupa colocar para a festa de sábado à noite, eu tava lá gastando tudo que podia com futilidades, me enchendo de coisas inúteis, e pensando como levantar no dia seguinte para trabalhar, o que eu iria comer na próxima semana... Enquanto vocês estavam lá vivendo a adolescência de vocês ao lado de pessoas legais, rindo e aprendendo muito. Eu estava rindo e deixando a minha vida passar em volta de pessoas completamente vazias. Eu andava em bares barra pesada com amigos meus, porque era legal chocar os adolescentes “normais”, mas no fundo eu queria era ser uma adolescente normal, preocupada com roupas, festas, ficadas. Sem ligar para o que comer no dia seguinte, ou se teria luz pra tomar banho quente. Sim!! Palmas para a minha imbecilidade! Eu trocava qualquer uma dessas experiências, por uma adolescência cor de rosa...

Pergunto-me no que minha vida é tão especial, o que eu fiz de tão maravilhosos que faça com que as pessoas me escrevam dizendo que me invejam. Porque eu procuro, e não acho nada nessa porcaria que vivi que valia a pena ser invejada. Eu fiz tantas loucuras, tantas loucuras, e o que tenho? Hoje, a bem da verdade, não estou sozinha, sem grana, sempre correndo atrás de alguma coisa que nunca consigo pegar... Mas pergunto-me se eu tivesse feito tudo diferente, se eu tivesse sido certa, se eu tivesse sido coerente, não estaria melhor?

Não sei, nunca terei como saber na verdade, porque a vida não volta, as oportunidades não se repetem e só temos uma chance de fazer o certo ou o errado num momento exato. E eu tive a minha chance, eu fiz, eu vivi. Não me arrependo não, não é esse o ponto. Acho que tive a vida que precisei ter para aprender sabe-se lá Deus o que. Porque se vivi tanta loucura era pra hoje no mínimo ser alguém mais autêntico e ter uma vida mais interessante. Mas vá lá. Essa é a minha vida e pronto. Que eu conviva com ela, não?


Agora o que não entendo mesmo, é como podem sentir inveja dela, como podem me invejar, como podem abrir sua alma, seu coração num e-mail e dizer que deve ter sido maravilhoso passar por tudo que passei, pois através disso, me tornei uma pessoa forte, uma pessoa guerreira, uma pessoa que da a cara à tapa. Será que não percebem que de forte eu só tenho a fachada (e ela já esta quase em ruínas), que ser guerreira é necessidade e não escolha (pois se pudesse escolher queira mesmo era ser madame), e que dou a cara à tapa, simplesmente porque depois de muitos tapas que a vida nos dá a gente passa a não sentir mais a dor. Será que não percebem que de interessante a minha vida não tem nem uma vírgula... Ou será que sou uma fraude que eu mesma criei?

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Em tempo: Mas, se me permitem, o coração vai tão bem, mas tão bem que ando por aí com cara de boba!
(suspiros)
:}

Cansei, vou votar no Serra do PSDB.

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte. Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia. Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares. O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega... Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro baixo, todo mundo tem carro, até a empregada lá de casa. "É uma vergonha!", como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em São Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro. Quero aumento da gasolina na calada da noite. Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz. Vergonha, vergonha, vergonha... Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do sítio da minha avó agora virou "empreendedor". Pode? Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo, Record, SBT, Band, RedeTV, CNT, Folha SP, Estadão etc.). A coitada da "Veja" passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o fim do mundo. Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito... Eu, que fui bem criada, preciso conviver e competir com essa raça. Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Diga aí, seu Lula...?
Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria (73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes do IBGE). E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer umazinha, vizinha aqui, vai passar férias no Exterior. É o fim... Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e aproveitar a inflação. Investir em ações de Estatais quase de graça e vender com altos lucros. Chega dessa baboseira politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco... Quem pode, pode, quem não pode, se sacode. Tenho culpa eu, se meu pai era mais esperto que os outros para ganhar dinheiro comprando ações de Estatais quase de graça? Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior. Eu ia anular, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra. Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido.

4.10.10

Piedade de nós, Senhor!

Tiririca foi o Deputado Federal mais votado, com mais de 1,3 milhões de votos.

Sabe o que eu tenho vontade de fazer com esse povo todo?

Afogar na privada!!

Gente com merda na cabeça!!!

Em tempo...

Me agrada a maneira carinhosa com que algumas pessoas vêm até mim pra comentar este sítio. E para as pessoas que, frequentemente, passam por aqui pra colher alguns morangos (ou o mofo deles), aviso que a e também a Ju Vilareal resolveram arrendar seus próprios terrenos e começaram a plantar (ou seria colher?) algumas sementes. Então eu, boa vizinha que sou, já passei por lá, observei a disposição das mudas, os aromas e as texturas do que foi plantado. Espalhem aos latifundiários, a todos eles: é tempo de colheita farta, de boa qualidade e apreciável frutos!